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Por que "Espaço & Clima"?

  • Foto do escritor: Heleno Proiss Slompo
    Heleno Proiss Slompo
  • 17 de out. de 2022
  • 2 min de leitura

Uma interface entre o espaço e clima como fenômenos interdependentes do sistema-Terra



O estudo do clima não deve ser exclusivo dos cientistas da área física da Terra. Razão esta por compreender os fenômenos físicos e químicos e sua dinâmica na atmosfera ser importante, mas creio não ser suficiente para entender a complexidade do clima em si. Do outro lado, o gênero homo assim que foi desenvolvendo capacidades cognitivas mais aprimoradas passou a se posicionar como centro desse sistema, mesmo que a concepção antropocêntrica definitivamente não seja a mais plausível para se conhecer o cosmos. Tal proposta pressupõe de que o homem é a causa de tudo, ideologia esta que não faz sentido frente às complexidades.


Deste modo, a natureza climática deve ser vista como parte do sistema-Terra, e o homem como um participante do clima, seja como passivo ou ativo. Passivo se entende por posição do homem como resultado do meio natural e que deste se aproveita – no caso, a atmosfera e seus fenômenos –; e ativo, citarei as pesquisas recentes do papel antropogênico nas mudanças climáticas. Logo, proponho dizer que é uma relação bidirecional; isso porque a partir de que o homem existe, ele deve ser visto como um agente do tempo e espaço.


Esse assunto das mudanças climáticas é o maior exemplo para entender essa importância de relações. O fato de a sociedade estar preocupada com os eventos anormais e seus efeitos que vem ocorrendo sobre a Terra, é mais uma justificativa de que o homem é de certa maneira impotente quanto ao que acontece na atmosfera. Entretanto, ao mesmo tempo, ele talvez tenha culpa visto que por sua presença no espaço ele porventura tenha alterado e encurtado o tempo dos ciclos naturais que sem sua presença não teriam variado.


Não é de hoje o comportamento dos cientistas dividir sua comunidade entre a parte física e a parte humana da Terra, perspectiva clara na área do conhecimento da Geografia e sua trajetória histórica. Entende-se em partes que cada cientista com sua especialidade pode colaborar para entender os fenômenos que ocorrem na superfície, e, por serem complexos, cada contribuinte deveria se ater a sua área. Entretanto, os elementos não podem ser analisados como casos isolados, porque nada na Terra é simplista o bastante para ser visto como de natureza exclusiva; isso contradiz a própria noção de Terra como algo essencialmente multifacetada e que jamais será plenamente decifrada.


O blog Espaço & Clima tem essa proposta de trazer conteúdo de Climatologia e áreas afins sob essa ótica global. Transmitir o conhecimento de que o “espaço” – aqui utilizo o termo da Geografia como atributo à superfície da Terra­ –, e “Clima”, como o sistema atmosférico, que possuem uma relação quase que simbiótica, pois o homem necessita do clima para sua manutenção de vida, e o clima precisa do homem para manter sua permanência natural. Aproveito aqui para convidar os cientistas da Terra ao invés de mover esforços para conceber gavetas de estudos por área do conhecimento, venham a explorar novas perspectivas para assim buscar compreender o mais fiel possível o fenômeno sistema-Terra.


Revisado por Rafael da Franca, PhD.


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